segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Era outono, tinha uma lua brilhante no céu, um gato de rua brincava nos meus pés, e voce abria a minha porta pra mim.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Uma noite com Mag

Um vinho, dois livros um muro e a cidade a rodar...
só o céu e os deuses ouviram os poemas
que jogavamos ao ar...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Não gosto do que não tem mistério, do que é claro e nunca deixa um convite a querer mais.
Daquilo que está sempre a falar, gosto do silencio preciso,
aquele que a gente recita um poema pelo olhar.
Gosto do que me surpreende, daquilo que diz que vai chega as cinco da tarde e chega às três da manhã do dia anterior. Gosto de filme preto e branco, que convida a gente a imaginar a cor do vestido da mocinha. Gosto de quem me faz imaginar como seria, fazer um filme na minha cabeça e quando chega o dia, não faz nada parecido, mas faz melhor. Gosto de quem parte, me deixa... e depois volta. Que chegue às três da manhã do dia anterior sem eu saber que vai voltar.

quarta-feira, 5 de maio de 2010


Um dia quero um outono assim.


Nos conhecemos num viaduto iluminado por luzes amarelas, e estava muito frio.
Nós dois usavamos cachecóis, o seu era amarelo mostarda e o meu vermelho bordô.
Esse foi só o começo, passou se o tempo, e o vento já tinha um outro cheiro.
Tenho um apartamento pequeno, que esta sempre a meia-luz, ele é colorido e cheio de segredos meus.
Sempre quando você chega meus cinco gatos parece que sorri, e eu sem perceber faço o mesmo,
lhe dou um sorriso infantil...
A gente fica horas sentados no chão, voce toca violão pra mim e juntos cantamos Chico Buarque e bebemos vinho, e quando a noite chega durmo deitada no teu peito, e voce me faz carinho.
Gosto quando amanhece, e sem abrir os olhos já sinto o cheiro da sua barba, é melhor cheiro que eu senti, ai você me abraça forte e ao nosso redor o cinco gatos parecem que pensam: Que casal feliz.


"Sou feliz e não admito que ninguém me acorde."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um chamado

Os olhos pousados,
o calor do olhar rapido
Breve passageiro olhar
já esta dentro de mim
Estático
nada aconteceu, nada se moveu
mais ficou lá, e eu aqui ainda
a sonhar
posso nunca poder ver aquele olhar
mas continua a me queimar.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Meia-luz, fumaça no ar, o cheiro forte do café.
sem fazer nenhum barulho,
como um gato sem sininhos no pescoço,
Ele chega.

ele sempre sabe a hora de chegar.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Eramos quase um ano inteiro,
mais veio forte o temporal
ficamos só pela metade
do que podia ser o final...

Chegando o tempo que vinha longe,
a despedida pois se a rodar
naquele filme que era um sonho
como num tombo eu despertar...

Agora éramos sós, na madrugada a se passar
não eram os meus não eram os teus,
os braços juntos a rodar...

A noite vinha como num filme,
e eu em outros braços a me entregar.

Qualquer vestido, qualquer cigarro
qualquer lugar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Imagine.
o que quiser, nessa hora o controle é todo seu
não existe medo, não existe realidade
voce está aonde você quer, com quem você quer
sentindo o que você quer.
nesse momento você é Deus.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

chá amargo

A gente podia né, tomar um chá e conversar, um chá daqueles de morango que a gente tomava na varanda... Por hora eu ficaria em silencio e você sorriria pra mim enquanto pensaria: “Eu sabia que ela ia ficar tímida” e eu ia ficar nervosa porque eu sei o quanto o meu silencio te incomoda. Mas sob o efeito do chá ou do meu medo de você me achar uma idiota eu relaxaria e começaria a falar. A gente falaria não sobre o passado, nem sobre tristeza. Contaríamos um ao outro os nossos sonhos e então eu perceberia que eu não sei quem você é, e você o mesmo de mim. Ai a gente teria a leve sensação de que a nossa historia foi um filme, um filme que a gente assistiu cada um no seu quarto, um daqueles filmes que só a trilha sonora faz chorar, daqueles que acabam e você pensa: “Ué, já acabou?”. Um filme que às vezes eu nem lembro mais como foi, só lembro do fim, e lembro também do estrago que ficou em mim depois que o filme acabou. Por fim, o chá esfriaria e você falaria que tem que ir, você iria embora com os mesmos passos que foi da ultima vez, só que com o gosto do chá e de agonia na boca, aí nos despediriamos como dois desconhecidos. E você se tornaria novamente um grande mistério para mim. É a gente podia tomar esse chá um dia desses, a gente podia, mas não vai.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Um guarda-chuva laranja
os pés descalços no solo
o cheiro da chuva, o cortejo da dança
o vestido florido sujo de lama
a mudança das cores do céu.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Não consigo descrever um terço do que eu to sentindo
sinto arrepio na minha barriga o tempo todo
e nao consigo parar de suspirar.
me sinto como no verão do ano passado, só que dessa vez mais forte.