segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dom Marry



Terei que me despedir, mas só de te ver sempre, buscar na escola, entra no sebo e você só escolher livros estranhos, ouvir seus assuntos de outro planeta, de você prender minha atenção com eles, de ver você contando os fuscas nas ruas e ver que já está quase nos mil e poucos, de sonhar junto a mim, aflorar minha imaginação e fazer eu voltar a um mundo que me pertencia, pintar sonhos no papel e pendurá-los num varal para admira-los. De ver que você tem muito de mim, da minha infância, de conversar sobre os meninos e ver nos seus olhinhos que é tão pequena, mas que o amor já a atingiu. Terei que me despedir desses dias, mas caso eu não agüente muito vou te buscar pra passar uns dias comigo, caso eu não participe muito da sua vida quando eu estiver longe não se esqueça de mim, caso você cresça logo e sinta que tudo é uma bagunça que você saiba que pode me procurar pra esconder seus tesouros e segredos. Lembre sempre do Catindúm, Lila, Esquilinho, Sua Babá. Porque eu te amo desde o dia que te peguei nenenzinha no colo, cresci e virei criança com você. Seja livre, alegre, criança, viva. Seja sempre minha Dom Marry, a menina que saiu de um livro muito doido que alguém que contava estrelas na floresta , e encontrou uma flor vermelha e se inspirou nela escreveu. Seja Marilia, a grande mulher que será um dia.