domingo, 26 de agosto de 2012
Alguém me perguntou: De todos os lugares do universo, em qual queria estar agora? E eu lhe respondi: Uma vez quando era pequena desenhei aonde eu queria morar, era uma casinha de arvore, distante de todo medo. Uma casa com uma cordinha pra subir e recolher quando já estivesse lá em cima, para não ser incomodada. Protegeria-me do mundo quando as coisas da cidade começassem a me assustar. Um lugar acolhedor, que era iluminado por velas e pela lua à noite, um lugar que eu pudesse respirar. Eu não levaria relógios, nem ousaria em saber que dia era, só saberia das estações, veria as flores nascerem na minha arvore quando fosse primavera, morreria de calor quando fosse verão, observaria flocos de neve caindo quando inverno, e desenharia em folhas secas quando fosse outono. Seria um sonho não seria? Fugir de todo o desassossego, de toda bagunça, viver sem barulho, só ouvir os pássaros cantar. De todos lugares do universo era lá que eu queria estar agora. E quem você levaria? Perguntou-me sorridente. Eu lhe respondi com o mesmo sorriso: Você.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Gatos, luas, estrelas.
terça-feira, 3 de julho de 2012
domingo, 13 de maio de 2012
Ele é aquela vontade de comer bolinho de espinafre.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Pé de cacau.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
A foto que não tirei, mas guardei em mim.
Naquele fim de tarde ela se pintou, foi pro quintal com uma fita verde de cetim e começou a dançar Ball And Chain da Janis Joplin, a fita dançava em sua mão, a sua saia rodava, e a gata nos seus pés estava estática vendo a dança da fita. A foto foi exatamente essa, eu da minha janela olhava, a minha mão coçava pelo registro da fotografia, mas não havia filme na câmera, então guardei em mim. Qualquer pessoa que visse aquele fim de tarde não entenderia o efeito que aquilo causou nas duas, e isso não pode ser escrito, fotografado, ou compartilhado. Só elas sabem.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Amo pelos, detesto solidão desnecessária.
A solidão não é mais meu cigarro, há milhões de pelos na minha cama, uns laranjas, brancos, pretos e outros cinzas. Quantos mais afagos mais pelos, menos solidão. E assim cumprimos o nosso importante papel como gatos. Cochilar, brincar, nos protegermos, ver a chuva da janela e enfim nos deliciarmos de carinhos e ronronar até dormir.
Há simplesmente cinco coisas que me calam e me anestesiam:
Primeira: O gosto da erva com o mar a minha frente e com suas ondas lentas indo e vindo.
Segunda: Ouvir ele tirando na escaleta Le Moulin de O Fabuloso Destino de Amelie Poulain.
Terceira: O álbum Haveno da Constantina rolando enquanto faço carinho em sua barba.
Quarta: Andar pelas ruas do Centro embriagada e feliz.
Por fim a quinta: Observar atentamente e por horas os meus gatos.
Tinta, sorvete e Marília.
- Lila, queria ser pra sempre criança
- Só ir pra terra do nunca
- Existe?
- Talvez
- Só se for nos meus sonhos
- Então existe.